14 de julho de 2016

Entrevista: Autor Eglon Martins

14 de julho de 2016
Quem lembra do livro Comração & Coração, que conta as aventuras do gatinho OrelhaEstão lembrados, né? 
O Blog Estante da Lullys fez uma entrevista exclusiva com o autor deste livro maravilhoso, que conta a estória do gatinho Orelhaque vive muitas aventuras, nos diverte e consegue unir e transformar a vida de pessoas em prol de uma causa. 
Bom, como todos sabem, até hoje, nos deparamos com uma triste realidade que consiste no abandono de animais. Em nosso país são mais de 30 milhões.
Em meio a tantas aventuras, o autor nos convida a refletir sobre realidades que nosso país viveu e vive, como por exemplo a rinha de animais, uma covardia que infelizmente acontece no mundo todo até hoje. E também o experimento de cosméticos nestas criaturas indefesas.
Se ainda não leu e não conhece o livro, confira a resenha aqui e o post da parceria com o autor aqui, para saber mais sobre tudo isso.
Conheci o autor através de uma causa muito especial. Quem acompanha o Blog há algum tempo deve se lembrar do gatinho Dagoberto (que eu fiquei sabendo, justamente hoje, que está dodói de novo, mas tenho muita fé e certeza que ele vai se recuperar, logo), e sua história de superação. Para recordar, clique aqui.

Eglon Martins, gentilmente, nos concedeu esta entrevista, onde explica  mais sobre seus projetos e nos dá suas opiniões a respeito desta causa animal. 























Eglon Martins, nasceu no dia 10 de outubro de 1970, em São Paulo. Casado, pai de uma filha de 16 anos. Contabilista de profissão, escritor de coração. E, também, pai de Teddy, um poodle de 8 anos, que tem certeza que é humano.

—  Desde pequeno sempre gostei muito de escrever. Na escola gostava de fazer redações, composições, sempre tive muita afinidade com as palavras e histórias. Sou apaixonado por música, já tive algumas bandas, toco bateria e contrabaixo, porém, o que eu mais gostava era de compor e escrever letras de música.
Apesar de escrever alguns poemas, crônicas e letras, nunca pensei em escrever um livro, achava que não seria capaz.
Até que um dia, acordei com uma estória engraçada na cabeça e, por incrível que pareça, ela já me veio com o começo o fim e o meio. A partir daí, foi só começar a escrever e após muito trabalho, esforço e dedicação, nasceu a minha primeira obra “Comração & Coração”. Ainda não consigo sobreviver exclusivamente da literatura, porém, tenho isso como objetivo de vida. Espero ter a oportunidade de algum dia fazer das palavras o meu ofício. Sou Paulistano, mas, passei a minha adolescência na Bahia, gosto de esportes, cinema, teatro, falo sozinho, principalmente no trânsito, amo animais, amo minha família e meus amigos. Do mais, sou apenas um cidadão comum. Não sei falar de mim... “Eu sou mais um cara!”


- Nos conte um pouco sobre “Comração & Coração” 

— É o meu primeiro trabalho de forma totalmente independente, desde a concepção da capa, passando por escolha de fontes, layout, padrões estéticos, diagramação, revisão, cotação de gráficas e todo o processo que envolve a publicação de um livro, inclusive, estou vendendo de porta em porta. Alguém aí tá a fim de comprar? Este livro foi e está sendo uma experiência de muito aprendizado em vários sentidos, inclusive, nas relações interpessoais. Em relação à estória do livro é o seguinte:
— O livro Comração & Coração, conta a história de uma clínica veterinária que também funciona como uma ONG, e realiza trabalhos beneficentes em prol dos animais abandonados e carentes. Para realizar este trabalho, a ONG sobrevive através de doações e conta com médicos veterinários voluntários. Porém, a clínica está passando pela pior crise financeira já vivida em sua história. Por conta disso, o fantasma de ter que fechar as portas e encerrar as atividades, a cada dia se torna mais real... Até que um certo dia, aparece na porta da ONG, um pequeno gato preto, todo "estrupiado", "detonado", mais morto do que vivo, e ao ver aquele animal agonizando, jogado no chão, uma médica voluntária pega ele no colo, e entra correndo para a sala de emergência, para tentar salvar a vida do bichano...
— O tempo passa, e o animal se recupera milagrosamente sem nenhuma sequela, e passa a morar na clínica. A partir deste momento, as coisas começam a dar muito certo, tanto para a ONG, como para as pessoas que lá trabalham, e como não poderia deixar de ser, todos começam a atribuir essa mudança positiva e essa onda de sorte, ao gato preto que eles salvaram.
Passado mais um tempo, a clínica começa a receber doações astronômicas, e se transforma num modelo de hospital veterinário, porém, os responsáveis começam a suspeitar de boatos por trás dessa nova realidade financeira que vão totalmente contra os princípios da ONG e, talvez, o preço que eles tenham que pagar para se manterem nesta nova condição, seja caro demais...

— O livro fala do cotidiano de pessoas bem diferentes, porém unidos por uma mesma causa, ainda que secretamente existam interesses distintos...
— Por incrível que pareça, hoje no Brasil, existem mais de 30 milhões de animais abandonados.
Apesar de se tratar de uma história fictícia, Comração & Coração, aborda de forma envolvente, intrigante e muito divertida, assuntos extremamente sérios em relação à causa animal.
Orbitando neste cenário, temos entre muitos outros personagens:
(1) a doutora Roberta, uma médica veterinária Workaholic, com o casamento em constante crise.
(2) Marquinhos, um jovem ruivo, franzino, indiscreto e totalmente tagarela.
(3) Dona Mercedes, uma senhora milionária, que aparentemente odeia animais.
É fácil perceber um clima de tensão e mistério logo nos primeiros capítulos, porém, o maior questionamento a ser decifrado pelos leitores, é:
Como um simples animal pequeno e mutilado, conseguirá unir e transformar pessoas com interesses tão incomuns em prol de uma mesma causa? E, mais... 


— Será que o conflito de interesses e a busca desesperada por salvação, poderão transformar a porta de saída, num abismo?
Leia, divirta-se, descubra e surpreenda-se a cada capítulo de: "Comração & Coração".

- Quando começou a escrever, já fazia planos de seguir carreira?

Não. Eu só queria ficar rico mesmo. rsrs...

- Seu livro foi lançado de forma independente. Sabemos que a divulgação de um livro independente não é fácil, e a literatura brasileira ainda sofre algum tipo de preconceito. Qual sua opinião sobre isso? Tem encontrado alguma dificuldade no caminho? 

O problema para divulgar um livro independente é a falta de recursos para exibi-lo em veículos de comunicação de grande alcance. O livro não basta ser bom, ele tem que parecer bom. Apesar das redes sociais estarem democraticamente à disposição de todos, é muito difícil submergir do anonimato quando não se tem alguém ou alguma editora influente por trás para lhe garantir algum tipo de notoriedade (a chamada “carteirada”). 

— Quanto ao preconceito, acho que há espaço pra todos. Pelo pouco que tenho acompanhado, existem excelentes escritores brasileiros, jovens, que estão se lançando no mercado de forma independente ou em parcerias com algumas editoras sérias. O problema da literatura no Brasil é mais uma questão de cultura mesmo, infelizmente nós ainda não temos o hábito da leitura. Ao contrário de países desenvolvidos, esse costume não é incutido em nossas crianças e, quando isso acontece, nem sempre é da maneira certa, às vezes é feito como uma árdua tarefa ou obrigação. Creio que muitos da minha geração, passaram por isso nas escolas, quando éramos obrigados a ler Machado de Assis, por exemplo. Em certas pessoas chegou até a causar trauma. A coisa mais comum quando falo do meu livro para as pessoas, é ouvir a seguinte frase: “Eu não gosto de ler”. E, muitas vezes essas mesmas pessoas nunca leram sequer um livro. Você sabe do que estou falando. 
Em contrapartida, não posso deixar de citar os blogs literários, como o Estante da Lullys, por exemplo, que fazem um trabalho extremamente sério e nos faz crer que com muito trabalho e dedicação, sim é possível.

- Quais são sua influências literárias?

— Nada muito técnico ou sofisticado. Gosto de textos que embora sejam ficcionais ou imaginários abordem uma linguagem mais humana, mais realista: Os clássicos da literatura nacional: Monteiro Lobato, Jorge Amado, Machado de Assis, Érico Veríssimo, Ariano Suassuna. – Biografias diversas. Quando era mais jovem, li quase todos do Sidney Sheldon.

- Você optou por doar um percentual das vendas de seu livro, Comração & Coração, para as instituições que abrigam animais abandonados. Tem atuado como defensor de animais?

— Honestamente, não me considero um ativista, nem um cara tão engajado. Particularmente, já adotei alguns animais, amo cachorros, sou fascinado por felinos e tenho muita pena quando os vejo em situações de sofrimento. 
A minha maior colaboração é quando eu consigo juntar o útil ao agradável no projeto, que consiste em doar um percentual da venda dos meus livros em prol de animais carentes e abandonados, além da propagação da cultura da proteção animal, através da emocionante história de Comração & Coração.
O projeto consiste em doar um percentual sobre as vendas do meu livro Comração & Coração, em prol de entidades idôneas que cuidam de animais carentes e abandonados. E, muito além disso, tem a finalidade de introduzir aos leitores, ainda que de maneira lúdica, a cultura de proteção a todos os animais do planeta. 

- Tem algum outro projeto em mente em prol desta causa? E como pessoas de fora podem participar? 

 Meu projeto é continuar vendendo meu livro cada vez mais, e assim poder ajudar numa bem escala maior. Se as pessoas comprarem o livro, estarão participando diretamente, pois, um dos pilares do meu projeto é a transparência e, todas as pessoas que adquirem o meu livro, tem o seu nome divulgado em meu site, no campo: “Prestação de Contas”. Assim, saberão o quanto contribuíram e onde foi destinada sua contribuição.
   
- Como foi escrever sobre esta grande causa?

Inusitado. Confesso que nunca imaginei escrever sobre esse tema e muito menos, vincular uma obra literária a um projeto. No entanto, me sinto muito honrado em ter conseguido conciliar as duas coisas. Através desse projeto conheci um universo totalmente novo para mim. O tema ajudou eu me aproximar de pessoas maravilhosas, que realmente tem a causa animal como filosofia de vida, o que eu considero uma dádiva. Já conhecia alguma coisa sobre a causa animal, mas confesso que tive que pesquisar bastante desse universo, para ter mais propriedade na narrativa, enfim, é um trabalho duro, mas muito gratificante.

- Em seu livro você cita sobre os experimentos de cosméticos em animais. Uma dura realidade que não vai acabar tão cedo. O que tem a nos dizer sobre isso? E quanto à rinha de animais, que também é citada no livro? 

 Crueldade, covardia. Desculpe a expressão: ”No dos outro é refresco!” Existem outras formas de testar os mesmos produtos sem provocar dor e sofrimento aos animais. A única forma de acabar com esta prática abominável é o boicote total. Existem várias listas com a relação de empresas que se utilizam destes famigerados testes. No auge do nazismo, os alemães utilizavam judeus como se fossem uma espécie ou raça inferior, desprovidos de sentimentos, para realizarem experiências científicas, que até hoje nos deixam horrorizados, só de ouvir. Hoje em dia, em pleno século XXI, ainda se comete muitas atrocidades em testes com animais. (Qual é a desculpa? Ele não tem sentimentos?) Apesar de ser uma analogia, precisamos saber que toda vida tem valor absoluto. Se Deus colocou no mundo, nossa função é preservar e respeitar. Ainda não aprendemos nada. 

 Outra grande estupidez é a rinha de animais. Pessoas inescrupulosas tem prazer em ver animais inocentes se matando. Da mesma forma em que homens na antiguidade eram lançados contra os leões para satisfazer o prazer sádico do imperador e seus súditos, motivados por dinheiro sujo em apostas de grande valor monetário, alguns animais são transformados em verdadeiras máquinas mortíferas, modificados geneticamente e submetidos a uma rotina de treinamentos que quase os levam à exaustão total. É um show de horror!

- Como você avalia a situação atual dos animais em nosso país? Acha que realmente as leis de proteção aos animais funcionam aqui?

 Querida Luana, num país onde o ser humano tem seus direitos vilipendiados e não tem o menor valor como cidadão e serve simplesmente como massa de manobra para os interesses dos governantes, não é difícil imaginar a triste situação em que os animais se encontram, né?
Claro que não. Aqui existem leis? E se existem, pra quem?

- E quanto as campanhas voltadas a favor dos animais? Você acha que elas tem realmente feito com que as pessoas tomem consciência desta realidade? 

 Honestamente, muito pouco. O que eu acho é que existe um grande crescimento no mercado pet, onde o maior interesse das empresas é o valor monetário. Em contrapartida, indiretamente isso ajuda na propagação da causa. As pessoas hoje em dia são mais solitárias, tem menos filhos, procuram formas de preencherem a falta de companhia. Quando tem a oportunidade de provar do amor de um animal, se encantam e passam a divulgar a experiência. Acho que esse tipo de campanha funciona melhor.

- Você é vegano? Se não, qual sua opinião sobre esta escolha de vida?

— Não sou. Mas, de um tempo pra cá, venho pensando muito sobre esse assunto. Ainda não tenho uma opinião formada. Existem alguns casos em que o radicalismo pode ser aceitável. Talvez esse seja um.

- Os animais, de modo geral, em suas mais variadas espécies sofrem de maus- tratos. Segundo pesquisas recentes, em nosso país, o índice mais alarmante dos maus tratos é a indústria frigorífica. Concorda? Como avalia esta situação?

— Já me informei sobre isso e tenho que concordar.
Tem um deputado estadual aqui de São Paulo, que eu tentei contatá-lo, porém, não vou citar o nome, que está com um projeto de colocar câmeras nos frigoríficos e abatedouros. É uma situação polêmica. É uma questão muito abrangente que envolve: cultura, costumes, saúde e mais uma série de fatores. Agora, o “bicho” pega mesmo, na questão financeira. Pense nos bilhões que a indústria da carne gira em torno do mundo, desde o pecuarista, até os rios de impostos que o governo arrecada com essa atividade, sem falar dos empregos em muitas escalas. Creio que com o passar dos anos o consumo de alimentos de origem animal tende a cair gradativamente, mas nada que abale os interesses capitalistas e principalmente, o livre poder de escolha de cada cidadão. O ser humano é instintivamente carnívoro e predador. Faz parte da natureza humana. De repente, eu posso estar falando um monte de besteiras, mas, será que existe forma digna de matar um animal sem fazê-lo sofrer? E será que é esse o caso? Esquisito, né?

- Eglon, quero agradecer por nos conceder esta entrevista incrível. E gostaria de lhe pedir que deixasse uma mensagem para nós que amamos animais, e para os que não aprenderam a fazer isto também:

— Compaixão! Essa é a palavra. Imagine você sentir fome e não poder falar que está com fome, sentir, frio, dor, sede e não poder se comunicar através de palavras. Então, é por isso que nós como seres humanos, abençoados por Deus, com o dom do raciocínio e da comunicação, devemos sempre ajudar e estar atentos aos sinais desses seres abandonados, ou não, para que possamos interagir com eles e com o mundo, de forma que a vida seja boa para todos.


- E antes de encerrar, gostaria de saber se há planos ou novidades vindo por aí?

— Sim. Sempre tenho planos, mesmo que eu nunca as publique.
Já estou escrevendo alguns capítulos. Na verdade, já tenho a história completa na cabeça, porém o meu processo de escrita é um pouco “doloroso”. Já me emocionei bastante com os primeiros capítulos. Acho que isso é muito importante.




A Clinica Vera Cruz é um estabelecimento que funciona como uma espécie de ONG. E, ao que tudo indica, as chances desse local manter as portas abertas por muito tempo, praticamente não existem.
Orbitando neste cenário, temos entre outros personagens: Uma senhora milionária que não gosta de animais, uma médica veterinária workaholic, com o casamento em crise e um adolescente ruivo tagarela e extremamente preguiçoso.
A questão é: Como um simples animal mutilado, conseguirá unir e transformar pessoas com interesses tão incomuns em prol de uma mesma causa?
E mais, será que o conflito de interesses e a busca desesperada por salvação, poderá transformar a porta de saída num abismo?
Leia, divirta-se, descubra e surpreenda-se a cada capítulo de Comração & Coração.



Adquira o seu exemplar no site do autor: www.eglonmartins.com.br. E, 20% correspondente ao valor total das vendas do livro, serão doados as entidades idôneas que cuidam desses seres tão especiais.Os animais. Então, comprando o livro você estará ajudando.




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